quarta-feira, 21 de abril de 2021

As Dicotomias e os Opostos da Vida: Somos Amantes da Mentira


 Neste post não existe um roteiro muito bem definido (não que os outros tenham, mas esse não está muito claro ainda) então eu não tenho muita certeza do que vai sair...

Ando pensando a respeito de algumas dicotomias e opostos da vida de um ser humano e a angústia e também a solução que isso gera em nossas histórias, que por si só já são dicotômicas com algumas irregularidades e nuances que não são estáveis. 

A verdade, tão enaltecida e tão indigesta, a mentira, tão reprovada e tão tentadora... Veja a verdade muitas vezes é libertadora, mas ao mesmo tempo é dura, tudo que é genuinamente bom tende a exigir algum tipo de esforço prévio, como se fosse um equilíbrio, plantio e colheita, você primeiro planta pra depois colher, e tudo que envolve o cultivo de qualquer coisa exige, teste, paciência, carinho, cuidado e doação e certamente virão adversidades que podem atrapalhar toda sua dedicação, se pensarmos em uma plantação, parasitas, insetos, ervas daninha, ou o próprio clima pode desfavorecer o processo das coisas, mas faz parte, porque todas essas coisas também são naturais, e ai entra a necessidade da nossa paciência, perseverança, dedicação e doação, você doa pra terra e ela se doa de volta pra você, e ai você colhe seus frutos, frutos esses que nutrem o corpo e o enchem de benefícios, a vida também é sobre isso, primeiro você planta pra depois colher, essa é a verdade, mas o nosso corpo também ao passo que ele se beneficia através do esforço ele também é feito para poupar energia e por isso é tão mais prazeroso ter benefícios sem esforço, tendemos a isso, mas com isso nenhum benefício real teremos, veja, comer uma bolacha recheada é muito prazeroso, mas não traz grandes benefícios ao corpo, já uma fruta tem um prazer diferente, e benefícios diferentes, se você der uma bolacha recheada e uma maça a uma criancinha e pedir que ela prove um pouco de ambas e escolha qual prefere comer, certamente que ela prefira a bolacha recheada, a quantidade exacerbada de açúcar desse alimento é superior ao que encontramos na natureza, a fruta também tem açúcar, mas a bolacha é modificada, é industrializada, e o efeito de prazer que ela gera no nosso organismo é maior e por isso é mais atrativo e até mais viciante, pense em refrigerantes, por exemplo. 

Vamos lá, comidas e bebidas industrializadas, redes sociais, procedimentos estéticos, maquiagem, drogas de todos os tipos, pornografia, são coisas não naturais, são mentiras que criamos para sentir prazer, mas como tudo tem um preço, nessas coisas todas o prazer é fácil, rápido e demasiado, e o preço de prazeres dessa ordem tendem a ser vícios e dependência, nosso corpo passa até a não sentir mais prazer com o natural porque o seu nível de prazer já foi muito superado, e quanto mais prazer, mais você quer sentir e isso vai virando um looping. (Lembrando que eu apenas estou levantando reflexões, mas também estou inserida em tudo isso, se não em todos os meus textos, o que dá propriedade de fala com base nas minhas experiências, o famoso "só quem viveu é que sabe" e claro que minhas experiências podem ser diferentes das suas, mas algumas coisas temos em comum).  Mas se pensarmos bem todas as coisas citadas acima foram criadas por pessoas, e algumas eu acredito que até intencionalmente no sentido de que vivendo em qualquer sociedade capitalista o pensamento é lucro a qualquer custo, e veja todos os itens citados acima também não são necessários, nossos antepassados viveram muito bem sem essas coisas, mas quando você vicia alguém em algo ela sempre estará consumindo aquilo e é ai que as empresas lucram, mas tudo tem os dois lados da moeda também e é ai que entra a dicotomia do rolê, Maquiagem: não é natural, mas não deixa de também ser uma expressão artística; Drogas: medicamentos também são drogas que podem gerar qualidade de vida; Pornografia: a indústria pornográfica é cruel e feminicida, mas também é fruto do intimo das fantasias sexuais da maioria das pessoas; Redes sociais: Viciam, mas dá a possibilidade de se conectar com pessoas distantes que gostamos sobretudo na pandemia abriu muitas possibilidades e praticidade;  Procedimentos estéticos: Não natural, mas também pode ser capaz de gerar autoestima nas pessoas... 

O ponto é que temos prazer na mentira, e repudiamos muitas vezes a verdade, já ouviu aquela frase "Me magoem com a pior verdade, mas não me iluda com a melhor mentira"? Tem umas mil iguais a essa no Google, é só pesquisar, e sinceramente eu acho que essas frases são a própria mentira que as pessoas contam a si mesmas, porque tendemos a buscar a mentira incessantemente para suportar nossas existências, os mecanismos de defesa que Freud teorizou não são atoa, a verdade insuportável vai pro inconsciente, porque será que nossa psique trabalha dessa maneira? Porque somos amantes da verdade? Acho que não. Houve uma pessoa que era a verdade em pessoa que passou por esse mundo chamado Jesus de Nazaré e olha o que o mundo fez com ele, foi perseguido e crucificado, e estou pra dizer que se ele voltasse hoje, por mais que existam milhões que digam o seguir, seria ele abrir a boca e os mesmos que o seguem iriam o perseguir como fizeram no passado, o próprio Jesus disse que não seria fácil pra nós seguirmos a ele, porque ele conhecia nossas limitações carnais, e sendo quem é, ele deve saber do que estava falando. E se você for ateu ou não acreditar no cristianismo, não tem problema nenhum, encare Jesus como o gente boa que ele foi quando passou por aqui, e se ainda assim você não gostar da representação de Jesus pegue qualquer outro revolucionário da ciência, Freud, Sócrates, Galileu Galilei, Copérnico, entre tantos outros, todos que foram contra as ilusões sociais e perturbaram as mentiras da sociedade foram perseguidos em algum momento e hoje estudamos sobre eles, os coitados plantaram e não puderam  nem usufruir do fruto, isso é o que eu chamo de doação. A verdade é que ele (Jesus) era tão a favor da verdade que morreu por conta dela.  

E sabe amigos, ninguém é 100% bom e nem 100% ruim, por mais que algumas pessoas se destaquem mais por um dos dois o ser humano não se reduz a atitudes nem a momentos, mudamos a todo instante, mesmo a Madre Tereza de Calcutá poderia fazer algo ruim um dia, ou Hitler fazer algo bom, (Por favor não sou nazista e nem odeio a Madre Tereza, sejamos sensatos, ok?), primeiro que acho a ideia de definir alguém enquanto uma pessoa boa ou ruim já meio torta, porque somos seres bio-psico-históricos-sociais, e todo esse rolê influencia o nosso comportamento, veja, as vezes você não mataria ninguém intencionalmente a princípio, mas na maioria de nós esse pensamento já nos ocorreu, as vezes até falamos, mesmo sabendo que não iremos fazer... A princípio. Segundo que as vezes você só diz que nunca mataria ninguém por diversos motivos: a representação que tem envolta do tema morte, as consequências disso, a penalidade, como você seria visto socialmente, enfim, a Análise Experimental do Comportamento (Behaviorismo) diria que são muitas punições pra um comportamento que reduziria a probabilidade de emissão deste drasticamente, e ainda assim pessoas matam a torta e a direita por ai né? Pessoas até ditas "boas" matam, por legítima defesa, por exemplo, ou o que você pensaria em fazer se chegasse em casa de se deparasse com alguém machucando uma criancinha indefesa ou um idoso? As vezes tudo que precisamos para fazer algo mal é causa e oportunidade, ou história de vida. E aqui está nossa própria dicotomia enquanto ser.

Bom o texto pode ter ficado um pouco confuso, mas ele foi literalmente sendo criado enquanto era criado (risos), eu já tinha avisado no começo que não sabia o que ia sair, mas ai está. Se tiver algum contraponto ou acréscimo os comentários estão a favor disso.





sábado, 10 de abril de 2021

O Gato Matou a Curiosidade Antes Dela o Matar




Por que será que somos tão curiosos? Muito embora todos abominem fofoca, é só ouvir um "Você está sabendo de fulano?" que nossa curiosidade acende um sinal de alerta, e o que será melhor, ouvir a fofoca ou compartilhá-la? Ao meu ver ambas nos satisfazem muito bem, vamos ver:

Ouvir uma fofoca/Ter curiosidade: 

  • Sensação de controle: quando estamos ciente de uma situação, temos algum nível de controle sobre ela, e assim podemos determinar mais ou menos como iremos lidar com ela, caso em algum momento seja necessário.
  • Entretenimento:  Ouvir uma fofoca é tão bom quanto assistir um filme, uma série, assistir a um reality show, nos dá a mesma sensação e por isso quanto mais absurdo o conteúdo da fofoca mais interessante ela se torna, geralmente, talvez porque em todos esses contextos, temos o prazer de ver alguém fazer o que talvez gostaríamos, mas não temos coragem para, e sempre esperamos pra saber o que vai acontecer com o protagonista da fofoca, qual será o desfecho da história.
  • Julgamento: Sempre o próximo passo após ouvir uma fofoca é poder explanar um julgamento a respeito da mesma, começando com um tom de surpresa, "Nossa, sério?", "Eu não acredito!", "Estou passada(o), chocada(o)!",  ai então explanamos o julgamento, julgamento esse geralmente carregado de muita moralidade, como se fossemos incapazes de fazer o mesmo, e provavelmente não faríamos mesmo com medo do mesmo julgamento ao qual estamos fazendo com a pessoa que o fez recaia sobre nós também, doido não?

Compartilhar a fofoca:

  • Interação social: A fofoca permite um nível de interação social ao qual muito provavelmente o ouvinte irá te proporcionar toda a sua atenção, e quem é que não quer atenção? 
  • Possibilidade de ser interessante: Provavelmente você será interessante na conversa, pelo menos até o final dela, depois se continuar com o hábito de fofoca, pode ficar com má fama, mas certamente será referência caso alguém queira saber de algum babado. E as vezes até aumentamos alguns detalhes da história ou distorcemos outros para parecer ainda mais interessante, como eu disse antes, quanto mais absurdo, melhor. 
  • Colocar lenha na fogueira: Por conta de sempre termos a tendência de querer aumentar os fatos para tornar mais interessante, o relato nunca permanece o mesmo a cada compartilhamento, assim se você aumentou uma vírgula a próxima pessoa vai acrescentar um ponto de exclamação e assim sucessivamente, então quanto mais pessoas falam sobre o assunto mais sensacionalista ele se torna, e mais lenha tem na fogueira, as pessoas querem ter o que conversar, mais do que sobre o clima ou o aumento dos preços no mercado e a fofoca está a serviço disso.
Neste post não vou me adentrar muito no mérito do porquê a fofoca é ruim porque certamente todo mundo já sabe os problemas em cima dela, e eu também não quero reforçar a hipocrisia em cima de vocês, a verdade é que todos a odeiam e a amam ao mesmo tempo. 

 

Lua

Você é a mais bela, linda e perfeita obra prima que habita o céu, todas as suas fases, seus ciclos me fazem lembrar dos meus, às vezes você ...